segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Samurais Brasileiros

O “exército” do vôlei brasileiro parece ter se inspirado nos samurais japoneses no Mundial de vôlei. A disciplina, treinamento, bravura, concentração e defesa da honra dos samurais foi o
resultado do bi mundial. A conduta rígida de Bernardinho, o bushido (o caminho guerreiro) dos brasileiros que enfatizava as qualidades de lealdade, bravura e resistência, junto com o talento, marcou esse time como um dos maiores times de esportes coletivos da história. Lealdade como a de Giba na entrega do prêmio de melhor jogador do torneio, que dedicou ao amigo e levantador do Brasil, Ricardinho. Defesa da honra por não engolir a derrota para a França na primeira fase e fazer dessa derrota a motivação e alerta para todos os jogos.

Através de um erro, a seleção ganhou forças para acertar mais e triturar os rivais até a decisão, dando exemplo de bravura. Resistência em manter o nível de excelência que essa equipe atingiu e chegar a 20 finais em 21 campeonatos disputados. E a pitada brasileira nesta mistura nipônica: o talento de Ricardinho em escolher a melhor jogada e fazer o time jogar de forma tão brilhante há tanto tempo, o talento de Giba, Dante, Serginho, André Nascimento, Gustavo, Rodrigão, Anderson, Samuel, Murilo, André Heller e Marcelo; e a direção e comando impecável, sempre elogiado e irretocável de Bernardinho, maior técnico da história do esporte brasileiro. O chefe destes samurais sabe dessas qualidades e nunca deixou de aproveitá-las e de mostrar aos jogadores que sem elas nunca seriam campeões. A final coroou essa jornada e fechou um ciclo desse time vitorioso com o título Mundial em 2002,

Olimpíadas em 2004, seis vezes campeão da Liga Mundial e o bi Mundial no Japão.

Nem parecia uma decisão, o time brasileiro não tomou conhecimento da Polônia, até então invicta na competição, e massacrou com um 25 a 12, com um show de Ricardinho na distribuição de bolas, a defesa brasileira trabalhando de forma perfeita, e o saque poderoso do Brasil que desmontou a defesa polonesa. Foi uma aula de vôlei. A disciplina e concentração samurais estiveram presentes nos guerreiros brasileiros no equilibrado segundo set. A Polônia entrou realmente em quadra e foi preciso um show de André Nascimento e da raça dde seus companheiros no final do set para o Brasil fechar em 25 a 22.

No terceiro set, Dante mostrou o porque de ser escolhido o melhor atacante do torneio. A Polônia se entregou no jogo e coube apenas reverenciar os samurais brasileiros, como as antigas castas japonesas faziam, admitindo sua superioridade. Coube a André Heller, disputando a bola de cheque, a última espadada, o golpe final, fechar o set e conquistar o décimo sétimo título da “Era Bernardinho”. Com uma campanha de 14 jogos e apenas uma derrota e seis sets perdidos, os samurais , do Brasil conquistam o Mundo mais uma vez. O tradicional “peixinho” da vitória, com os jogadores se jogando de alegria em quadra foi o último ato dos guerreiros em solo japonês. Samurais são aqueles que servem, servem ao seu mestre, ao vôlei brasileiro e servem o povo brasileiro de alegrias e orgulho a cada competição.

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