terça-feira, 6 de novembro de 2007

Quem é a favor do Penta?Da doença a falsidade.

Após a conquista do campeonato Brasileiro 2007 pelo São Paulo, constato que não existe imparcialidade nem o menor grau de insensatez na mídia, nos jornalistas e na torcida, que nunca realmente teve esses adjetivos.
Confirmar o absurdo que a CBF afirma desde 1987 que o Flamengo não é o campeão Brasileiro é mesquinho e invejoso, de quem não torce para o Flamengo e tem raiva do clube e parece que esperou anos para esse desejo encubado fosse realizado. Confirmar isso é ser a favor dos desmandos da CBF, das falcatruas do futebol brasileiro do lado ruim que nunca deixou o Brasil segurar seus craques e os clubes serem organizados para termos o melhor campeonato do mundo com todas nossas estrelas aqui. É confirmar que Ricardo Teixeira tem razão, que concorda com uma mudança de regulamento no meio do campeonato, como foi o caso da Copa União, concordar em pensamentos mesquinhos e não confirmar um campeão de fato no real campeonato brasileiro daquele ano, que foi a Copa União, um campeonato com os melhores clubes dos país com as maiores torcidas e com a melhor média de público dentre os campeonatos brasileiros, uma iniciativa excelente que se continuasse o Campeonato Brasileiro teria um nível muito melhor. É fingir que nada disso aconteceu em função de bagunça da cartolagem e orgulho ferido de ter um time quando muitos eram no máximo tri, ter um tetra.. Garanto que se um time qualquer fosse campeão não teríamos nenhum problema, mas o Flamengo é o Flamengo. Porque ninguém fala da lambança que foi a João Havelange que subiu o Fluminense na marra para a primeira divisão e tivemos times da segunda e terceira divisão jogando contra os da primeira e o Vasco na final contra o São Caetano. Do torcedor doente se espera um comportamento como esse, mas de pessoas informadas que sabem discernir o certo do errado e principalmente jornalistas que lutam pela moralização do futebol brasileiro é deprimente e só nos leva a crer que sempre se coloca interesse pessoal por trás de tudo na vida, seja raiva do Flamengo ou defesa do São Paulo. O São Paulo é sim penta, como ele conquistou seus títulos, se foram merecidos ou não, se o time era bom ou não, isso não interessa porque no futebol nem sempre o que merece ganhar ganha, mas quem merece respeito é o torcedor em não ser enganado mais uma vez. Agora o Flamengo foi o primeiro penta e isso ninguém tira, o que eu gostaria de tirar é a ignorância e mesquinharia de quem finge não lutar por interesses próprios e não tira o torcedor doente da alma quando vai abrir a boca ou escrever as mesmas besteiras que a CBF faz e vai continuar fazendo.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Como nos tornamos o país da Copa do Mundo

O Brasil é o país da Copa do Mundo. Aqui todo mundo se prepara para o maior evento esportivo do planeta: ruas pintadas e enfeitadas, bandeiras, um nacionalismo exacerbado contagia o povo brasileiro. O comércio fecha as portas, dia de jogo da seleção é feriado nacional. Mas nem sempre foi assim. Nas duas primeiras Copas o Brasil não foi bem. Na terceira, em 1938, ficou entre os primeiros e com o artilheiro da Copa: Leônidas da Silva, o diamante negro. Com a Segunda Guerra Mundial, a Copa voltou a ser disputada somente em 1950, no Brasil. O “expresso da vitória” era o grande favorito, mas perdeu para o Uruguai no Maracanã. A derrota foi tão sentida pelo povo brasileiro que até o uniforme da seleção foi trocado: de branco passou a ser amarelo, após uma escolha popular. Em 1954, o Brasil vinha muito bem, até enfrentar a poderosa Hungria de Puskas e cia e perder a “batalha de Berna”.
Os brasileiros, apesar de amarem o futebol, achavam que a Copa tinha sido feita para o Brasil perder. Achavam que tínhamos os melhores jogadores mas na hora da decisão ficávamos com medo. Era o “complexo de vira-lata” do povo brasileiro que Nelson Rodrigues tanto falava. Foi preciso então os dois maiores jogadores que o futebol mundial já produziu: o maior fenômeno de todos, Garrincha, e o mais famoso de todos, Pelé.
A Copa era a de 1958 na Suécia. Os dois não jogaram os dois primeiros jogos. O Brasil venceu a Áustria e empatou com a Inglaterra. O último jogo da primeira fase seria contra a URSS, o “futebol científico”, atual campeão olímpico era temido pelo mundo inteiro. O Brasil precisava da vitória, senão voltaria para a casa. Os pessimistas de plantão já davam como certa a derrota. Mas com Pelé e Garrincha em campo o povo brasileiro passou a acreditar em uma Copa do Mundo, a perceber que ela tina sido criada para o Brasil, para a festa da torcida brasileira. Para a consagração do maior futebol do mundo. Foi um baile de Garrincha, que driblou todos os jogadores da URSS ao menos uma vez no jogo e desmontou a defesa russa. O Brasil virou uma festa. Escolas de samba foram para as ruas, carreatas foram feitas, fogos de artifícios estourados. O futebol arte venceu o científico. O sonho de vencer uma Copa do Mundo que fora enterrado em 1950, ressurgiu. A festa continuou com as outras três vitórias do Brasil e com o primeiro título mundial.
Lá se vão quase 50 anos e onze copas do mundo, quatro vencidas pelo Brasil e Garrincha, não por acaso a “alegria do povo”, ensinou ao povo brasileiro a esquecer suas tristezas, seus tantos motivos para chorar e parar diante do rádio e depois da televisão e acompanhar o Brasil que dá certo e sentir orgulho de ser brasileiro, cantar o hino, vestir verde amarelo sem medo. Um menino de pernas tortas e uma geração fantástica de Pelé, Nilton Santos e Didi, transformaram o Brasil no país da Copa do Mundo.